Médicos confirmam a morte cerebral de Eloá

A morte celebral de Eloá Cristina Pimental (foto), 15, foi confirmada às 23h20min de sábado (18) por médicos da Secretaria de Saúde de Santo André, no ABC. Até então eles vinham dizendo que o caso dela era muito grave e, se conseguisse sobreviver, ficaria em estado vegetativo.

A garota deu entrada na sexta ao hospital com perda de massa encefálica por causa de tiro que levara do seu ex-namorado, o ajudante de produção Lindembergue Alves, 22. 

A adolescente ficou em seu apartamento cem horas refém do ex-namorado, que não se conformou com o fim do relacionamento. Foi o mais longo cárcere privado registrado no Estado de São Paulo.

Às 18h10 de sexta, a PM explodiu do lado de fora do apartamento uma bomba de efeito moral, arrombou a porta de entrada e a resgatou, juntamente com uma amiga dela, Nayara Rodrigues Vieira, 15, que levou um tiro na boca, mas não corre risco de morte e deverá ter alta em uma semana.

Por volta das 19h20min de sexta, chegou a ser anunciada a morte de Eloá, conforme noticiou a Folha Online com base em informação do Palácio dos Bandeirantes, mas depois houve desmentido.

Em nota, a assessoria de imprensa do Palácio esclareceu que o governador José Serra tinha sido informado pela área de Segurança que a garota morrera ao dar entrada no hospital, mas posteriormente, na sala de cirurgia, os médicos conseguiram reanimá-la. O Palácio pediu desculpas à família da adolescente pelo equívoco.  

O hospital não confirmou a versão de que a jovem teve de ser reanimada. Ela não teve parada cardíaca.

Eloá também levou um tiro na virilha. Às 20h15min de sexta, em rápida entrevista, a médica Rosa Maria de Aguiar, diretora do hospital, mostrou à imprensa a bala que tinha sido extraída da virilha.

Ao final daquela  noite, a neurocirugiã Grace Marylydia, informou que Eloá tinha sido operada e que não foi possível extrair a bala da cabeça.   “Vamos aguardar por 48 horas pela reação dela”, disse.

De acordo com a PM, a invasão só se deu após o rapaz ter feito disparo dentro do apartamento pelo menos três tiros. As negociações tinham sido interrompidas.

Na entrevista que os policiais militares deram na manhã de sábado, eles afirmaram que as negociações foram longas porque o rapaz pretendiam matar as adolescentes e depois se suicidar. Quando os policiais invadiram o apartamento, o rapaz descarregou sua arma nas moças e contra os PM. No total teriam sido cinco tiros de calibre 32.

Lindembergue (foto) havia invadido o apartamento onde a ex-namorada estudava com três amigos por volta das 13h30 de segunda (13). À noite, ele libertou dois garotos.

Na quinta (15), Nayara, que já havia ficado em cárcere por 33 horas, voltou ao apartamento por exigência do rapaz. Ele prometia que em seguida ia soltar as duas, mas não cumpriu o acordo.

O Conselho Tutelar de Santo André disse que a PM não poderia concordar com a exigência do rapaz. O estatuto da criança não permite que as autoridades exponham menores em situação de perigo.

Por medida de segurança, Lindembergue foi transferido do 6º Distrito Policial de Santo André para uma delegacia do Garra (Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos). As autoridades ficaram preocupadas com a aglomeração de populares no DP.

As informações são das emissoras de TV e da CBN.

Como foi a invasão

 

 

1) Policial com arma calibre 12 com bala de borracha, 2) Comandante do time tático, 3) Policiais com armas letais, 4) Escudeiro, 5) Janela pela qual Lindembergue deu vários tiros as cem horas do cárcere, e 5) Policial entra pela janela. A arte é do Estadão.

> Caso Eloá Pimentel.